Maternidade e Advocacia: Os desafios das advogadas na conciliação entre carreira e vida pessoal

A conciliação entre maternidade e carreira jurídica é uma realidade desafiadora para muitas advogadas. Apesar dos avanços na participação feminina no Direito, ainda persistem obstáculos significativos que impactam diretamente a trajetória profissional das mulheres.
Preconceitos e Barreiras no Ambiente Jurídico
Advogadas frequentemente enfrentam preconceitos relacionados à maternidade. Há uma percepção equivocada de que ser mãe compromete a dedicação e a disponibilidade para o trabalho. Esse estigma pode limitar oportunidades de crescimento e ascensão dentro de escritórios, departamentos jurídicos e até no setor público.
Além disso, a ausência de políticas institucionais que considerem as necessidades específicas das mães advogadas, como horários flexíveis, apoio à amamentação e licenças adequadas, contribui para a sobrecarga e o esgotamento dessas profissionais.
A Dupla Jornada e Seus Impactos
A realidade da dupla jornada, onde a mulher assume responsabilidades profissionais e domésticas, é uma constante na vida das advogadas mães. Essa sobrecarga impacta diretamente a saúde mental, a produtividade e o bem-estar geral. Para aprofundar essa reflexão, conversamos com a advogada e mãe Priscila Souto, sobre quais foram os maiores desafios que você enfrentou ao conciliar a maternidade com a sua atuação na advocacia, além de saber se ela já sentiu que o fato de ser mãe impactou de forma negativa sua visibilidade ou oportunidades dentro da área jurídica.
“A maior dificuldade foi entender que eu não daria conta de tudo da forma como imaginava. A advocacia já é uma carreira exigente por si só prazos, demandas urgentes, dedicação integral. Quando a maternidade entrou na minha vida, precisei ressignificar o que era ser produtiva e bem-sucedida. Tive que aprender a pedir ajuda, a estabelecer limites e, principalmente, a aceitar que não existe equilíbrio perfeito todos os dias. Houve momentos em que me questionei se estava sendo uma boa mãe ou uma boa advogada, e percebi que a resposta não está na perfeição, mas na presença com qualidade”, ressaltou a advogada, mãe e professora do MeuCurso.
“Sinceramente, não senti que a maternidade tenha impactado negativamente minha visibilidade ou minhas oportunidades na área jurídica. Pelo contrário, acho que ela me fortaleceu. A maternidade me ensinou a ser ainda mais focada, resiliente e a gerir meu tempo com muito mais estratégia. Isso acabou se refletindo de forma muito positiva na minha atuação profissional. Claro que há desafios, como conciliar agendas, lidar com imprevistos, mas nunca vi isso como um empecilho, e também tive a sorte de estar em ambientes profissionais que respeitam e reconhecem a potência de uma mulher que é mãe. Acho que quando a gente se posiciona com segurança e mostra resultado, a maternidade se torna uma força, não um obstáculo”, complementou Priscila.
As respostas da advogada, mãe e professora Priscila Souto revelam experiências marcantes que evidenciam a necessidade urgente de mudanças estruturais e culturais no universo jurídico. Esses relatos ilustram como a maternidade ainda é percebida como um obstáculo, quando, na verdade, deveria ser respeitada como parte da pluralidade da experiência humana no ambiente de trabalho.
A Importância da Formação Especializada para Promover Mudança
Enfrentar esses desafios exige mais do que resiliência individual. É necessário conhecimento jurídico sólido, sensível às questões de gênero, para transformar a estrutura que perpetua desigualdades. A Pós-graduação em Direito das Mulheres do MeuCurso é uma resposta concreta a essa necessidade. Com uma abordagem prática e estratégica, o curso aborda temas como:
• Violência de gênero e políticas públicas
• Feminismo e interseccionalidades
• Saúde reprodutiva e direitos sexuais
• Igualdade de gênero no mercado de trabalho
Coordenado por Alice Bianchini e Silvia Pimentel, o curso oferece uma formação voltada à transformação social, preparando advogadas e advogados para atuar de forma crítica, ética e efetiva na promoção dos direitos das mulheres.
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