O Pix, novo serviço de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central, foi lançado para facilitar as transações bancárias dos brasileiros. O público, entretanto, conseguiu contornar o uso original do serviço para paquerar e mandar mensagens nos moldes de redes sociais.
Já que o serviço permite o envio de mensagens de texto sobre as transações, muitas pessoas estão usando essa ferramenta para mandar indiretas ou declarações para seus “crushes”.
O especialista em Direito do Consumidor Digital e Diretor do Instituto Brasileiro de Política e Defesa do Consumidor, Marco Antonio Araújo Júnior, alerta que a lei digital brasileira não prevê o uso do sistema com essa finalidade, o que pode causar problemas de segurança para os usuários.
“O Banco Central já havia deixado claro que o Pix não é uma rede social, então os usuários precisam ficar atentos para usarem a ferramenta de maneira responsável. Caso não queira saber de possíveis envios, o usuário pode configurar o aplicativo do banco para não receber notificações de pagamento e não ficar sabendo das quantias enviadas”, explica.
O advogado também avisa que os usuários podem expor seus dados ao usar a ferramenta como app de relacionamentos. “O Pix, dentro da Lei Geral de Proteção de Dados, precisa cuidar do sigilo e da privacidade dos dados dos usuários, mas se a pessoa ceder alguma informação voluntariamente utilizando a ferramenta de forma incorreta, o serviço não pode se responsabilizar”, finaliza Araújo.
Matéria publicada originalmente em https://www.istoedinheiro.com.br/esta-usando-o-pix-para-paquerar-veja-os-cuidados-necessarios-com-os-seus-dados/